O Fundo Monetário Internacional (FMI) considera que Cabo Verde tem “boas políticas macroeconómicas”. No entanto, alertou sobre os riscos da dívida das empresas estatais.
As observações foram feitas pelo subchefe da Divisão de Estudos Regionais do Departamento Africano do FMI, António David. Sobre o arquipélago africano, realçou os esforços de disciplina orçamental, mas indicou que o risco de sobreendividamento ainda é uma realidade.
António David disse em entrevista ao “Expresso das Ilhas” que “a economia de Cabo Verde mostrou uma resiliência impressionante, relacionada à capacidade de crescimento nesse período pós-pandemia. Isso deve-se, em grande parte, ao setor de turismo, que é muito dinâmico. E também se deve à implementação de boas políticas macroeconómicas”.
“Mas, apesar de tudo isso, é verdade que a economia de Cabo Verde continua vulnerável, tanto a choques externos, quanto a choques internos. E o risco de sobreendividamento da economia cabo-verdiana continua relativamente elevado. Essa vulnerabilidade a choques externos é muitas vezes relacionada ao facto de que é uma economia ainda pouco diversificada do ponto de vista setorial”, acrescentou.
Foi ainda salientado que “a dívida das empresas estatais é um dos principais fatores de risco para a sustentabilidade da dívida. Para reduzir esse risco, é importante melhorar a gestão dessas empresas, para que elas sejam menos dependentes de subsídios, de subvenções, de transferências, de garantias do Estado e recapitalizações”.