Um estudo realizado na China, envolvendo mais de 5.000 mulheres grávidas, sugere que o microbioma intestinal materno pode desempenhar um papel no risco de parto prematuro.
Os investigadores identificaram a bactéria Clostridium innocuum como fator de risco relevante. Esta espécie produz uma enzima que degrada o estradiol, uma hormona essencial para a manutenção da gravidez.
As mulheres com esta bactéria presente no intestino apresentaram maior probabilidade de dar à luz antes da 37.ª semana.
Os resultados, publicados na revista Cell Host & Microbe, reforçam a ideia de que o microbioma intestinal é um elemento potencialmente modificável no combate aos partos prematuros, uma das principais causas de mortalidade infantil no mundo.
Só em 2019, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as complicações do nascimento pré-termo foram responsáveis por cerca de 900 mil mortes de crianças com menos de cinco anos.
Apesar de promissor, o estudo tem limitações.
Foi realizado apenas com coortes chinesas, onde a taxa de partos prematuros é relativamente baixa, o que levanta dúvidas quanto à sua aplicabilidade a outros contextos geográficos e culturais.