Três anos após o início da proibição do acesso das raparigas ao ensino secundário no Afeganistão, o UNICEF voltou a alertar para as graves consequências desta medida.
Em comunicado divulgado este sábado, a organização sublinhou que, caso a restrição se mantenha até 2030, mais de quatro milhões de jovens afegãs poderão ser privadas do seu direito à educação.
A agência das Nações Unidas destacou os efeitos negativos da decisão no futuro do país, desde o aumento dos casamentos infantis até ao agravamento das condições de saúde das raparigas.
A falta de formação académica, alerta o UNICEF, comprometerá também o funcionamento do sistema de saúde, com a redução do número de médicas e parteiras a pôr em risco milhares de vidas.
Estima-se que a escassez de profissionais possa causar mais de 1.600 mortes maternas e 3.500 infantis.
Apesar do contexto adverso, o UNICEF tem continuado a apoiar a educação de crianças afegãs através de programas comunitários, alcançando 445 mil alunos, dos quais 64% são raparigas.
A agência tem também apostado na formação de professoras, oferecendo modelos positivos para as jovens.
O UNICEF reforçou o apelo às autoridades de facto no Afeganistão para que levantem de imediato a proibição, defendendo que a educação é essencial não só como direito fundamental, mas também como pilar para uma sociedade mais justa, saudável e próspera.