Valparaíso e Viña del Mar, duas das cidades mais emblemáticas do turismo de verão e do comércio exterior chileno, vivem momentos críticos e de dor, após os brutais incêndios florestais que custaram já mais de uma centena de vidas, conforme confirmado pelo presidente Gabriel Boric Font.
Segundo as autoridades chilenas, estão ainda dadas como desaparecidas 200 pessoas, em Viña del Mar e proximidades.
O chefe do Executivo chileno decretou dois dias de luto nacional no país sul-americano, enquanto os bombeiros ainda combatem focos de incêndio ativos.
“Temos empatia com a dor daqueles que perderam entes queridos e sabemos que se for confirmada a intenção criminosa nos incêndios, não descansaremos até que recebam não apenas o repúdio social, mas todas as punições estipuladas na lei”, disse Boric Font, que descreveu a situação mais grave que a ocorrida após o terramoto de 2010.
Especialistas em desastres concordam que todos os elementos se uniram para que o fogo se espalhasse com ferocidade incomum: 30 ou mais graus de temperatura, 30% ou menos de humidade atmosférica e 30 nós ou mais de vento.
O governador da V Região, Rodrigo Mundaca, garantiu que caso se confirme a intenção criminosa de criação de fogo, estaríamos diante de um padrão de “assassinatos em massa”, que devem ser punidos com todo o rigor da justiça.
Embora o Serviço Médico Legal não consiga recolher os corpos e os moradores das áreas afetadas solicitem ajuda, a verdade é que o Estado chileno ativou medidas de emergência para a reconstrução e ratificou o toque de recolher para evitar a vandalização e o roubo nas habitações.
Vários líderes mundiais, políticos e religiosos, manifestaram solidariedade com a tragédia que o Chile está a viver, em particular, Papa Francisco na sua tradicional homilia dominical.
Entre os 7 mil hectares arrasados, um dos patrimónios mais queridos da região, o Jardim Botânico, sofreu uma perda de 98% da sua área, em espécies nativas.