A União Europeia apresentou esta sexta-feira, em Barcelona, o novo Pacto para o Mediterrâneo, num evento que coincidiu com o 30.º aniversário da União para o Mediterrâneo (UfM). A cerimónia contou com a presença de ministros e responsáveis europeus, incluindo o Alto Representante para a Política Externa, que destacou a importância estratégica da região e agradeceu o forte envolvimento do ministro espanhol José Manuel Albares, anfitrião do encontro.
No discurso de apresentação, o Alto Representante recordou que a relação entre a Europa e os países mediterrânicos assenta em séculos de ligações comerciais, culturais e académicas, sublinhando que o novo pacto não reinventa a relação, mas pretende “reiniciar” a cooperação num contexto global mais instável. O quadro atual, marcado pela guerra na Ucrânia, pelos conflitos no Médio Oriente e pelo aumento das tensões geopolíticas no Mediterrâneo, foi apontado como razão para reforçar parcerias e trabalhar “como iguais”.
O novo Pacto para o Mediterrâneo apresenta mais de 100 iniciativas, incluindo a criação de uma Universidade Mediterrânica, novos investimentos em economia azul sustentável, infraestruturas digitais, start-ups e energia. A Comissão destacou ainda o aumento de 60% no comércio UE–Mediterrâneo nos últimos cinco anos, considerándolo um sinal claro do potencial económico da região. Para além da dimensão económica, o pacto aposta fortemente em mobilidade académica, turismo cultural e investigação conjunta.
A segurança marítima e a estabilidade no Médio Oriente também estiveram em destaque. A UE anunciou a intenção de criar um Fórum Regional de Segurança, reforçando a cooperação contra frotas irregulares, ataques com drones e riscos ambientais. Sobre Gaza, o Alto Representante reafirmou que a UE continua a ser o maior doador humanitário e reiterou o compromisso europeu com uma solução de paz sustentável: “Não escondemos os desafios — enfrentamo-los, juntos”.