A Alemanha enfrenta uma propagação acelerada do vírus H5N1, com mais de 500 mil aves abatidas e dezenas de surtos registados desde setembro, segundo o Instituto Friedrich Loeffler, que classificou o risco como “elevado”. O vírus tem-se espalhado rapidamente, sobretudo no Leste da Alemanha e na Baixa Saxónia, e poderá alastrar com a migração das aves nas próximas semanas.
O virologista Klaus Stohr, antigo responsável pelo programa de gripe da Organização Mundial de Saúde (OMS), alertou que o H5N1 “tem tudo o que é necessário para desencadear uma pandemia”. Apesar de o risco de transmissão para humanos se manter baixo, o especialista defende que o aumento dos casos entre aves selvagens cria mais oportunidades de adaptação do vírus.
As autoridades apelam a que a população evite o contacto com aves mortas e reforçam as medidas de biossegurança nas explorações agrícolas. A Associação Alemã de Avicultura alertou para possíveis rutura de abastecimento de ovos e carne de aves, caso o surto continue a agravar-se.
O Ministério Federal da Agricultura pediu coordenação entre governos regionais e planeia propor à União Europeia o aumento das indemnizações aos produtores afetados.
Paralelamente, o Comité Permanente de Vacinação (Stiko) recomenda que trabalhadores agrícolas e pessoas em contacto com aves sejam vacinados contra a gripe sazonal, como forma de prevenir duplas infeções que possam originar novas variantes transmissíveis entre humanos.