As negociações nucleares entre o Irão e as potências europeias Alemanha, França e Reino Unido retomaram esta sexta-feira em Istambul, num clima de tensão agravado pelo recente conflito com Israel. Os países europeus alertaram que poderão ativar o chamado “mecanismo de gatilho”, restabelecendo automaticamente as sanções da ONU, caso não haja avanços concretos.
Este processo, previsto no acordo nuclear de 2015 (JCPOA), expirará em outubro, o que aumenta a pressão sobre Teerão para limitar o enriquecimento de urânio e cooperar com a Agência Internacional de Energia Atómica.
O vice-ministro iraniano Kazem Gharibabadi classificou como “ilegal” qualquer tentativa de reativar sanções e acusou a Europa de falhar os seus compromissos desde a saída dos EUA do acordo, em 2018. Teerão ameaça mesmo abandonar o Tratado de Não Proliferação Nuclear, caso as sanções regressem.
O reinício das negociações ocorre após o ataque de Israel a várias instalações nucleares iranianas em junho, que provocou dezenas de mortos e paralisou temporariamente o programa de enriquecimento.
O Irão insiste no seu direito ao uso pacífico da energia nuclear e nega a intenção de desenvolver armas atómicas.