O Tribunal Penal Internacional (TPI), com sede em Haia, confirmou ter sido alvo de um ataque informático “sofisticado” na semana passada, coincidindo com a realização da cimeira de líderes da NATO na mesma cidade. Em comunicado, o TPI informou que o incidente foi contido e que estão em curso medidas de mitigação, mas recusou-se a avançar detalhes sobre o impacto real ou possíveis motivações por detrás da ofensiva cibernética.
Ainda não é claro se dados confidenciais foram comprometidos, mas o caso levanta preocupações, sobretudo tendo em conta que o tribunal continua a recuperar de um ataque similar ocorrido em 2023, que ainda afecta o funcionamento pleno dos serviços internos, incluindo a rede wi-fi.
O momento do ataque é particularmente delicado, já que o TPI conduz actualmente investigações de alto perfil, incluindo alegações de crimes de guerra na Ucrânia, pelos quais emitiu um mandado de captura contra o presidente russo, Vladimir Putin.
O tribunal também avançou com mandados contra o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e o ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, devido à ofensiva militar de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza.
O TPI tem sido alvo de crescentes pressões políticas. 
O presidente dos EUA, Donald Trump, impôs sanções ao procurador-chefe do tribunal, Karim Khan, em Fevereiro deste ano, e sancionou quatro juízes no início de Junho, num gesto que intensificou as tensões entre Washington e a justiça internacional.
 
								