As doenças autoimunes acontecem quando o sistema imunitário confunde células saudáveis com ameaças e passa a atacá-las. Podem afetar articulações, músculos, órgãos internos ou até a pele, e atingem milhões de pessoas em todo o mundo. Embora sejam mais frequentes em mulheres, podem surgir em qualquer idade e estão a tornar-se mais comuns.
O diagnóstico costuma ser demorado: os sintomas aparecem de forma irregular, imitam outras doenças e variam muito de pessoa para pessoa. Muitas vezes é preciso combinar análises, exames e avaliações de vários especialistas até chegar a uma conclusão.
A origem destas doenças resulta de vários fatores. Certos genes aumentam a vulnerabilidade, mas é necessário um elemento externo — como infeções, tabaco ou poluição — para desencadear o processo. O vírus Epstein-Barr, por exemplo, tem sido cada vez mais associado a situações como lúpus e esclerose múltipla.
O tratamento tem evoluído rapidamente. Durante anos, as opções passavam sobretudo por altas doses de esteroides e medicamentos que reduzem fortemente as defesas, com efeitos secundários significativos. Agora, surgem terapias mais direcionadas e estudos que procuram corrigir a resposta imunitária na origem. Entre as abordagens promissoras está a terapia CAR-T, inicialmente usada contra o cancro e que já mostrou resultados encorajadores em algumas doenças autoimunes graves.
Apesar dos progressos, muitos doentes ainda dependem de ajustes constantes de medicação e de um acompanhamento próximo. Mesmo assim, investigadores consideram que nunca houve tantas possibilidades de melhorar o controlo e o futuro destas doenças.