O Sistema Único de Saúde (SUS) do Brasil vai começar a oferecer, já no segundo semestre deste ano, o implante contraceptivo subdérmico de etonogestrel – o Implanon – gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). A decisão, aprovada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) em 2 de julho, faz parte de uma estratégia do Ministério da Saúde para ampliar o acesso a métodos contraceptivos de longa duração e reduzir a incidência de gestações não planeadas.
Trata-se de um método eficaz por até três anos, com taxa de falha inferior a 1%, e que atualmente custa entre R$ 2 000 e R$ 4 000 na rede privada. O Ministério planeia distribuir cerca de 1,8 milhões de dispositivos até 2026, sendo 500 mil ainda em 2025, com investimento estimado em R$ 245 milhões. Além disso, haverá capacitação de profissionais de saúde para a inserção e remoção do implante.
Este reforço ao planeamento reprodutivo visa também contribuir para a redução da mortalidade materna, sobretudo entre mulheres negras, em linha com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. O implante junta-se ao DIU de cobre como opção de contraceptivo reversível de longa duração (LARC) disponível no SUS, favorecendo a autonomia feminina ao diminuir a dependência de cuidados médicos frequentes.