Um estudo, publicado na Nature Mental Health, revelou que a exposição à violência armada nos Estados Unidos está fortemente associada a sofrimento psicológico em adultos, mesmo quando não há ferimentos físicos.
Realizado por investigadores de três universidades norte-americanas, o estudo analisou as respostas de 10 mil pessoas de todo o país e mostrou que entre 58% e 94% dos entrevistados que vivenciaram algum tipo de violência com armas de fogo relataram impactos na sua saúde mental.
A pesquisa incluiu vários tipos de exposição, como viver em comunidades onde ocorreram tiroteios em massa, ser ameaçado com arma de fogo ou ser ferido — quer em tiroteios em massa, quer em incidentes isolados.
Os resultados indicam que as mulheres e os jovens são os mais vulneráveis aos efeitos psicológicos duradouros, como depressão, transtorno do pânico e stress pós-traumático. Curiosamente, embora os tiroteios em massa tenham provocado maior sofrimento imediato, os impactos a longo prazo foram mais prevalentes entre vítimas de tiroteios não em massa.
Segundo os autores Jillian K. Peterson, James A. Densley e David C. Pyrooz, os dados reforçam a urgência de tratar a violência armada como um problema de saúde pública.
O estudo destaca a necessidade de criar intervenções terapêuticas baseadas em trauma que não se limitem a vítimas feridas fisicamente, mas que incluam também quem testemunha ou é ameaçado.