Eleições 2025 – Entrevista a Vítor Silva, Candidato pelo PS: “Precisamos de dar um novo impulso às associações da diáspora”

Vítor Silva, emigrante português residente no Canadá e tem 50 anos. Nasceu em Angola, semanas antes de ir residir para Trás-os-Montes. Atualmente é sócio e diretor financeiro de uma empresa de referência na comunidade portuguesa de Toronto. É conhecido por desenvolver atividade cívica e política. Integra o Conselho de Administração do lar de idosos Magellan, um dos mais “emblemáticos” projetos da comunidade lusa do Canadá.

Candidata-se pelo Partido Socialista como cabeça de lista pela emigração pelo círculo de Fora da Europa para a Assembleia da República.

Em entrevista à nossa reportagem, este candidato explicou o que pretende fazer, caso seja eleito.

O que está a impulsionar a sua candidatura?

Primeiro, o facto de ter uma vida cívica muito empenhada em reforçar os laços entre a nossa comunidade emigrante e Portugal.

Segundo, o facto da candidatura do Partido Socialista, ao contrário de outras, incluir apenas candidatos que são efetivamente residentes fora de Portugal – neste caso, residentes no Canadá, Brasil, Macau e Venezuela. Também temos mandatários em vários países, como nos EUA ou na África do Sul.
Terceiro, porque as nossas propostas tocam todas as dimensões essenciais das ambições e dificuldades dos emigrantes.

Que políticas são necessárias para a comunidade portuguesa emigrada? Que linhas pretende seguir em relação às comunidades portuguesas caso seja eleita? E quais são os seus objetivos centrais?

As propostas que iremos implementar, caso eu seja eleito e o Partido Socialista seja Governo, terão em conta que tratamos de cidadãos de pleno direito, que devem ser valorizados pelo papel que desempenham como agentes de língua, ciência, cultura e economia portuguesas no mundo.
Isso implica, por exemplo:

I) O reforço substancial da eficácia da rede consular, seja nos agendamentos e atendimentos, seja na disponibilização digital de atos diversos, seja na proteção social.

II) O reconhecimento dos anseios de quem deseja regressar o território nacional.

III) A valorização do diálogo com representantes das comunidades, desde logo os eleitos localmente para cargos políticos, que investigam, que são agentes culturais, empresários, etc.

Podem acompanhar as nossas propostas nas páginas das redes sociais PS Comunidades Portuguesas.

O que pode ser feito no sentido de se valorizar o trabalho consular português no estrangeiro?

Será necessário tornar o funcionamento da rede consular mais eficiente e reduzir o tempo de espera dos agendamentos e dos atendimentos, através das seguintes ações: Alocar os recursos humanos necessários ao seu bom funcionamento; Assegurar que todos os serviços possam ser realizados pela internet, evitando a necessidade de deslocação aos postos, através do sítio da internet Consulado Virtual e promovendo o uso da Chave Móvel Digital; e Implementar melhorias no atendimento telefónico.

Qual a importância do movimento associativo português nos países de acolhimento?

Precisamos de dar um novo impulso às associações da diáspora, executando eficazmente o programa de apoio existente, atualizando critérios e a lista de entidades elegíveis. Sabemos como estas entidades são essenciais para promover o encontro de portugueses e para preservar a nossa identidade junto das nossas comunidades, incluindo junto das novas gerações de emigrantes e lusodescendentes.

O ensino da língua portuguesa deve sofrer alterações?

Neste domínio a ambição será alargar a rede de ensino da língua e cultura portuguesas, através de escolas, leitorados, cátedras e outras estruturas locais adequadas, procurando captar mais alunos e de mais geografias.

O que a comunidade portuguesa deve esperar das próximas eleições legislativas?

Temos de ter uma noção clara do que são as nossas comunidades. Por isso, o Partido Socialista defende a elaboração de um Plano Estratégico para a diáspora, envolvendo os seus vários atores, para desenhar novas políticas públicas para as comunidades, incluindo um mapa completo e atual da nossa diáspora no mundo, que reúna indicadores, necessidades, características de grupos em cada país e identifique nacionais ou lusodescendentes com protagonismo nas comunidades locais nas várias áreas de atividade.

Por fim, que mensagem deixa para os eleitores?

O apelo que deixo é muito importante: a nossa candidatura é feita de emigrantes residentes no estrangeiro e não de pessoas que vivem em Portugal. Somos efetivamente a nossa voz, sabemos o que é viver fora de Portugal e o que deve ser feito para facilitar as nossas vidas e termos uma condição mais reconhecida pelas autoridades nacionais, através de várias políticas

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