AI sinaliza Angola e Moçambique por agressões das autoridades durante Covid-19

A Amnistia Internacional (AI) informou nesta sexta-feira, 17 de abril, que Angola e Moçambique são alguns dos países da África Austral sinalizados por agressões por parte das autoridades no cumprimento das medidas impostas para a contenção da pandemia de Covid-19.

“Por toda a região, uma combinação de civis, polícias e soldados foi colocada nas ruas para monitorizar o movimento das pessoas e assegurar que estas cumprem as medidas de confinamento implementadas pelos governos. Ainda assim, as forças de segurança estão a usar força desproporcional ao lidar com membros do público, incluindo através de agressões e outras formas de humilhação pública”, pode ler-se no comunicado divulgado por esta organização não governamental (ONG).

De acordo com o documento, há registo de abusos de força pelas autoridades em Angola, Moçambique, Zâmbia e Zimbabué.

Em Moçambique, a AI cita a estação de televisão STV, que “relatou casos de polícias acusados de aproveitarem o estado de emergência” para invadirem lojas e roubarem bens.

Quanto a Angola, partilhou a existência de “vários incidentes de violência policial” desde que as forças de segurança foram colocadas nas ruas para assegurarem o cumprimento das normas decretadas pelo Governo e que começaram a 27 de março.

“Sete homens foram detidos enquanto se deslocavam para comprar comida num mercado em Cabinda em 04 de abril. Os homens foram libertados de forma gradual desde 05 de abril”, escreveu.

Sobre Zâmbia, referiu que “a polícia foi vista a agredir indiscriminadamente pessoas nas ruas, incluindo em bares, depois de terem sido descobertos em público”.

No Zimbabué a AI declarou que agentes da polícia invadiram um mercado em Mutare durante a manhã de 03 de abril, “levando mais de 300 vendedores de vegetais a fugirem e a deixarem para trás os seus produtos”, o que aconteceu “apesar de o setor agrícola estar assinalado como um serviço essencial durante os 21 dias de confinamento, o que significa que o mercado poderia continuar a servir pessoas que precisem de comprar comida”.

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