A exportação de mais 39 aeronaves da Embraer com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (BNDES) auxiliou no crescimento da balança comercial do Brasil. É o que garante o governo brasileiro ao anunciar que existem, hoje, três contratos distintos: com a Skywest Airlines, Inc, a American Airlines e a Azorra Aviation Holdings LLC – que somam o equivalente a mais de sete mil milhões de reais, cerca de um bilhão e 400 milhões de euros, em exportação de bens de alta tecnologia e alto valor agregado. As operações terão financiamento no valor de cerca de seis mil milhões do BNDES, cerca de um bilhão e 200 milhões de euros, para a fabricante brasileira de aviões sediada em São José dos Campos, no estado de São Paulo.
“Além de promover o desenvolvimento da indústria nacional de bens tecnológicos, as exportações de aeronaves ampliam e mantém empregos de elevada qualificação e geram divisas importantes para a economia do país. Trata-se de operações estratégicas alinhadas à política brasileira de apoio à exportação e estão inseridas em um esforço maior empreendido pelo Governo Federal de trazer mais competitividade às exportações brasileiras e incentivar a atuação das empresas nacionais no mercado internacional”, informou o governo liderado por Luís Inácio Lula da Silva.
Por sua vez, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, ressaltou que o financiamento às exportações das aeronaves da Embraer é fundamental para o Brasil. “O BNDES, como agência de crédito à exportação brasileira, tem entre os seus objetivos, oferecer condições que garantam igualdade de competitividade ao exportador brasileiro no mercado internacional, gerando emprego e renda no Brasil”, pontuou.
“A Embraer e o BNDES têm uma relação sólida e de longo prazo. O apoio que recebemos para a exportação de nossas aeronaves é fundamental para consolidarmos o nosso crescimento e ampliarmos a nossa presença global. A atuação do Banco não beneficia apenas a Embraer, mas contribui também para a geração de milhares de empregos de alta qualificação no Brasil e para o aumento da exportação de produtos de alto valor agregado”, afirmou Francisco Gomes Neto, presidente e CEO da Embraer.
Em 2023, o Banco brasileiro já aprovou e contratou sete operações de financiamento à exportação da empresa, totalizando 67 aviões comerciais com entregas previstas até 2025.
O contrato com a companhia aérea SkyWest Airlines, Inc, permitirá a exportação de dez jatos E-175 da Embraer modelo E-175 (até 76 passageiros). Já a American Airlines teve financiamento aprovado pelo BNDES para a aquisição de até 11 jatos E-175.
Tecnologia de ponta
Os jatos E-195-E2 (de até 146 lugares) e E-190-E2 (de até 114 lugares) são as maiores e mais sofisticadas aeronaves da fabricante brasileira. A venda de até 18 jatos dos dois modelos foi firmada com a empresa norte-americana Azorra Aviation Holdings LLC, especializada em aquisição e leasing de aeronaves para a operação de companhias aéreas comerciais.
Desde 1997, ano do primeiro apoio do BNDES à Embraer, o Banco financiou cerca de US$ 25,6 mil milhões à exportação e 1.300 aeronaves da fabricante. No período, as operações contratadas possibilitaram à empresa concorrer no mercado internacional em igualdade de condições com as suas concorrentes. O apoio do Banco complementa o financiamento provido pelo mercado privado.
“Este ano (2023) foi o melhor dos últimos dez em aprovações de financiamento às exportações da Embraer”, ressaltou o diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, José Luís Gordon, que recordou que, desde a pandemia de Covid-19, o setor enfrentou impactos substanciais, com redução significativa na aquisição de novas aeronaves e redução da oferta de crédito internacional.
“Neste cenário, ao oferecer previsibilidade com os financiamentos à exportação e impulsionar a retomada de vendas da empresa, o BNDES desempenha o seu papel estratégico na agenda de neoindustrialização do Governo Federal”, completou.
Ígor Lopes