Um estudo genético de grande escala revelou como a colonização moldou a diversidade genética do Brasil. Investigadores sequenciaram o genoma completo de mais de 2.700 indivíduos, identificando mais de 8,7 milhões de variantes genéticas anteriormente não documentadas. Estas descobertas destacam o Brasil como um dos países mais geneticamente diversos do mundo, resultado de séculos de colonização, migrações forçadas e herança indígena.
A colonização europeia, iniciada no século XV, trouxe cerca de cinco milhões de colonos europeus e pelo menos cinco milhões de africanos escravizados para uma região que já abrigava mais de 10 milhões de indígenas. Esse processo resultou em uma complexa mistura genética que varia significativamente entre as diferentes regiões do país.
O estudo também identificou mais de 36 mil variantes genéticas potencialmente patogênicas, o que pode ter implicações importantes para a saúde pública e a medicina personalizada no Brasil. Além disso, foram observadas diferenças regionais na ancestralidade e sinais de seleção natural recente, refletindo a complexa história demográfica do país.
O estudo foi liderado por Tábita Hünemeier, geneticista populacional da Universidade de São Paulo.