O Conselho de Administração da Petrobras aprovou o novo plano estratégico de investimentos da companhia estatal a executar até ao final da década, com um investimento anunciado de 100 biliões de dólares (o equivalente a quase 500 biliões de reais). De acordo com a empresa, a expectativa é que o plano, que vai de 2024 até 2028, aplique em sectores chave como petróleo, gás, refinação e fontes renováveis.
O plano prevê também investimentos significativos para a recuperação do complexo petroquímico de Itaboraí (ex-Comperj), paralisado há muitos anos e a ampliação da produção além do previsto no gasoduto Gaslub. A estatal informou ainda que este montante representa um aumento considerável em relação ao plano em vigor, sinalizando mudanças significativas na estratégia de investimento da empresa.
O novo plano estratégico incluirá uma alocação específica de recursos por segmento, abrangendo áreas como energia solar, hidrogénio, eólica em terra e eólica offshore. As fontes renováveis estão previstas para receber 7% dos investimentos. A meta é mais ambiciosa já que se pretende elevar o investimento até 15% ao longo dos próximos anos. Adicionalmente, o plano introduzirá um “banco de reserva” para flexibilidade, permitindo substituições em caso de cancelamento ou adiamento de projetos.
As questões relativas ao preço dos combustíveis e a aceleração do plano de negócios para impulsionar a indústria naval brasileira têm sido pontos de atrito interno no governo. O presidente Lula participou na reunião recente, onde expressou que, mais do que o preço dos combustíveis, o foco está na velocidade e volume com que a Petrobras financiará projetos estratégicos.
O posicionamento presidencial alinha-se especialmente com as ambições do ministro Rui Costa, responsável pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e um ator fundamental nas decisões estratégicas da Petrobras.
Internamente, representantes do governo no conselho da empresa questionaram as apostas da atual gestão em energias renováveis, gerando críticas, principalmente, a projetos de transição energética, como hidrogénio e energia eólica offshore. Porém a questão foi encaminhada com a aprovação do Conselho.
Carlos Vasconcelos – Correspondente