A ideia de que Michelle Bolsonaro, mulher do ex-presidente Jair Bolsonaro, possa disputar a Presidência da República em 2026 ganha força no meio político brasileiro, embora a própria envolvida insista numa postura de cautela. Segundo a imprensa internacional, Michelle terá declarado que “qualquer decisão sobre eventuais candidaturas passará por um debate aprofundado” com o marido e que esta será “fruto de orações para discernir a missão que Deus eventualmente queira confiar-me”.
Michelle afirmou estar sem planos imediatos de concorrer, rejeitando com veemência a ideia de substituir o marido como candidato ou de formar chapa com o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas. No decorrer da conversa, destacou que o seu foco atual está voltado para os cuidados com a saúde de Jair Bolsonaro, que se encontra em prisão domiciliária após condenação por tentativa de golpe de Estado.
O quadro político em que esta hipótese se move é carregado de condicionantes. Jair Bolsonaro foi condenado a 27 anos de prisão em setembro. Pela legislação brasileira, está impedido de concorrer nas eleições de 2026, o que reforça a especulação de que Michelle poderia surgir como alternativa da direita, já que Michelle “tem perfil que atrai parte significativa da base bolsonarista: cristã evangélica declarada e figura pública com visibilidade moderada, o que a difere de políticos tradicionais”.
Ainda assim, Michelle reconheceu que é “cedo” para definir a sua candidatura e criticou a pressão para que o ex-presidente defina um sucessor imediatamente.
Do ponto de vista partidário, Michelle ocupa a presidência da ala feminina do partido Partido Liberal (“PL Mulher”), o que lhe confere alguma estrutura interna no partido para crescimento político, de acordo com fontes.
Ígor Lopes



