O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) instou Cabo Verde a acelerar a implementação de reformas estruturais, considerando que o país apresenta uma perspetiva económica “positiva, mas cautelosa”.
Num relatório recente, a instituição reconhece a ambição cabo-verdiana em alcançar transformação estrutural e resiliência climática até 2030, mas sublinha que “as lacunas na execução, as restrições fiscais e as incertezas globais” exigem medidas mais rápidas e consistentes.
O documento realça que a economia do arquipélago continua vulnerável a choques externos, pela forte dependência de importações e da exposição ao turismo, às remessas da diáspora e ao investimento estrangeiro. Entre os fatores de risco, o BAD aponta também o impacto indireto das tensões comerciais internacionais, nomeadamente as tarifas impostas este ano pela administração norte-americana.
Para reduzir a exposição a esses choques, o banco defende o reforço das ligações comerciais com a África Ocidental e com a diáspora cabo-verdiana, bem como maior aposta em setores estratégicos, como energias renováveis, serviços digitais, pesca, agricultura e turismo de nicho.
Publicado em agosto, o Country Focus Report – Cabo Verde analisa ainda o desempenho macroeconómico, a mobilização de capital e as reformas institucionais. O BAD considera que, com uma agenda coerente e apoio dos parceiros internacionais, Cabo Verde pode alcançar as metas da Visão 2030 e consolidar um modelo de desenvolvimento sustentável e inclusivo.