O Primeiro-Ministro de Cabo Verde, José Ulisses Correia e Silva, destacou que paz e segurança são condições indispensáveis para o desenvolvimento sustentável, durante o Fórum de Cooperação Sino-Africano, realizado na China. “Sem paz, sem segurança, não há desenvolvimento”, afirmou o chefe de governo cabo-verdiano, abordando os desafios que afetam o mundo e, em especial, os países africanos.
Correia e Silva mencionou as crises geopolíticas recentes, como a pandemia da COVID-19, a guerra na Ucrânia e o conflito no Médio Oriente, que têm provocado impactos devastadores, não apenas pela destruição física, mas por ameaçarem a estabilidade global e agravarem a vulnerabilidade dos países menos desenvolvidos. Enfatizou que essas nações são as mais prejudicadas por choques externos, enfrentando graves consequências económicas e sociais.
Abordando a segurança de maneira ampla, o Primeiro-Ministro sublinhou a necessidade de combater crimes transnacionais, como o tráfico de drogas, terrorismo, pirataria marítima e cibercrime, destacando que tais ameaças ultrapassam fronteiras e requerem uma resposta global. “A cooperação internacional para a paz e segurança é fundamental para garantir a estabilidade mundial e permitir o desenvolvimento”, disse ele.
Outro ponto de destaque do discurso foi a necessidade urgente de promover a segurança climática. Correia e Silva apontou que os efeitos das mudanças climáticas afetam gravemente a segurança alimentar e o acesso a recursos como a água, especialmente em países africanos. Ele pediu por um aumento nos financiamentos internacionais destinados à ação climática, afirmando que esta é uma das chaves para aumentar a resiliência dos países africanos e reduzir a vulnerabilidade a crises futuras.
O Primeiro-Ministro cabo-verdiano também elogiou as iniciativas chinesas de Desenvolvimento e Segurança Globais, assim como o Diálogo entre Civilizações, e destacou a importância do FOCAC, Fórum de Cooperação China-África, como uma plataforma essencial para o fortalecimento das relações entre os continentes. Ele ainda ressaltou a contribuição crucial da China para a reconstituição do IDA-21, o fundo do Banco Mundial que financia projetos de desenvolvimento em países africanos.
“Sem forte comprometimento com a ação climática e ambiental, não há sustentabilidade para o planeta”, afirmou Correia e Silva, concluindo que a paz, a boa governança e a cooperação global são os pilares que garantirão um futuro próspero e sustentável para África e para o mundo.
Anícia Cabral – Correspondente