A quebra do preço de exportação da Castanha de Caju pode ser um dos factores de risco susceptíveis de atrofiar a actividade económica nacional, e, como consequência, a taxa de crescimento para 2018 poderá situar-se em cerca de 4% contra 6, 7% em 2017.
A anotação é do Conselho Nacional de Crédito (CNC) que, esta quinta-feira, 27 de Setembro, esteve reunido na sua terceira reunião ordinária, na qual o CNC sublinhou que esse desempenho está aquém das previsões iniciais e não acompanha a dinâmica favorável da conjuntura da UEMOA, onde se espera um Produto Interno Bruto de 6,8% após uma progressão de 6,7% em 2017.
O CNC registou que a taxa de inflação continua a um nível controlado, abaixo de 3%, e recomendou a aceleração da implementação dos projectos lançados pelo BCEAO, nomeadamente com a promoção do Bureau de Informação de Crédito e o dispositivo de financiamento das Pequenas e Médias Empresas e Industriais, assim como a melhoria do ambiente de negócios, com vista assegurar o financiamento da economia em bases mais sólidas e perenes.
Entretanto, o primeiro-ministro, Aristides Gomes, defendeu a diversificação da economia nacional, começando por “potenciar o agente principal da economia do país que é o Estado, para que ele possa ter o seu papel não só de regulação, mas é um Estado que consume muito e que, por conseguinte, pode servir para incitação da Economia, se a gestão das Finanças publicas forem boas”.
“O estado da economia, como sabem, infelizmente ainda depende praticamente de caju. Portanto, é uma fraqueza. Fraqueza enorme! Nós temos forças a este nível, porque nós temos uma castanha de boa qualidade. Mas temos fraquezas pelo facto de nós dependermos até agora deste produto quer para dinamização da nossa economia quer para as exportações. Quando o preço cai as pessoas consomem menos e se consomem menos as empresas produzem menos, vendem menos, e enfim, nós ficamos mais pobres” disse o chefe do governo à saída da terceira reunião ordinária do CNC.
Tiago Seide