Os líderes dos partidos integrantes da coligação eleitoral Plataforma Republicana (Nô Kumpu Guiné) assinaram na manhã de esta terça-feira (02.09), em Bissau, um acordo político visando as futuras eleições gerais. O documento estabelece, entre outros pontos, a estrutura de coordenação, a ser liderada por Botche Candé, presidente do PTG, a conferência dos líderes e os critérios de candidatura a deputado.
A nota mais marcante do encontro foi a decisão de manter Botche Candé como coordenador da Coligação e de eleger Umaro Sissoco Embaló como candidato às presidenciais de 2025. Com esta escolha, foram afastadas as expectativas de Braima Camará, actual Primeiro-Ministro, de ser cabeça de lista da Coligação nas legislativas, hipótese que circulava em vários meios políticos desde a sua reintegração.
Outra surpresa esteve precisamente na designação de Umaro Sissoco Embaló como candidato presidencial da Plataforma Republicana. Recorde-se que, no dia em que deu posse a Braima Camará, o Chefe de Estado prometera que seria um candidato independente, apoiado pelo movimento “Nô Ndianta”.
Na ocasião, sublinhou ainda que qualquer partido que pretendesse o apoiar teria apenas de aderir ao referido movimento. Apesar de ter declarado o seu afastamento da Coligação, anunciando a criação de uma estrutura própria para as presidenciais de 2025, a decisão de hoje voltou a evidenciar a dependência significativa da classe política relativamente à figura de Umaro Sissoco Embaló.
Entre as várias surpresas do encontro, destaca-se igualmente o facto de o acordo político ter sido assinado sem que se tivesse concretizado a tão anunciada reconciliação no seio do MADEM G-15 e do PRS.
A não materialização desse entendimento poderá significar o fim definitivo das negociações, uma vez que no PRS como no MADEM as actuais lideranças parecem consolidadas e não demonstram sinais de cedência.
Reiteradas vezes, Braima Camará vincara que jamais abdicaria da liderança do MADEM G-15, por a considerar uma conquista do Congresso. Porém, com o acordo fechado e a ser depositado no Supremo Tribunal de Justiça esta quarta-feira, 03 de Setembro, encerra-se este capítulo. Persiste ainda a incógnita que persiste é a forma como os apoiantes de Braima Camará serão integrados nas listas de candidatos a deputado.
O acto de assinatura do acordo contou com a presença dos 17 líderes dos partidos que compõem a Coligação e serviu também para que cada um assumisse publicamente o compromisso de contribuir para o sucesso da Plataforma Republicana.
Ao usar da palavra, Félix Nandunguê, presidente do PRS, destacou a relevância do momento. “Ter uma coligação com mais de 15 partidos é sinal de união, e a prova de que é possível construir o país. Queremos que a próxima campanha eleitoral seja pacífica. Que haja entendimento, mas que haja também a verdade. É chegado o momento dos partidos contarem a verdade ao povo”, sublinhou.



