O Ministro das Finanças da Guiné-Bissau, Ilídio Vieira Té, terá reunido na segunda-feira 13 de Janeiro, em Portugal, com responsáveis da justiça portuguesa, no âmbito da instrução em curso, sobre os sérios indícios de branqueamento de capitais que envolve o ex-administrador executivo do Novo Banco, Carlos Brandão.
O ex-administrador executivo foi, entretanto, “despedido, com justa causa” do Novo Banco e constituído arguido, juntamente com a sua mulher, por fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais, e falsificação. Resultado de uma operação desencadeada após, entre outros indícios, depósitos suspeitos efectuados pelo seu motorista.
Durante a investigação do Novo Banco o motorista disse que cumpria ordens do administrador para depositar sacos com notas em contas, detidas na sua maioria por Carlos Brandão. Entre os inúmeros indícios, chamou também a atenção do Novo Banco a venda de um apartamento em Massamá a um cidadão guineense em que Carlos Brandão esteve igualmente envolvido na operação.
Perante os indícios de crime o Novo Banco lançou uma investigação interna mantendo intencionalmente Carlos Brandão em funções com a anuência tácita do Banco de Portugal. Tendo na sua posse indícios criminais suficientes que sustentavam as suspeitas, a instituição bancária informou o Ministério Público.
Estarão em causa negócios de 500 mil euros. Informações disponíveis apontam ainda que o ex-administrador executivo do Novo Banco terá participado numa operação de branqueamento de capitais provenientes das finanças públicas da Guiné-Bissau. Mas também “reuniões secretas” entre membros do governo da Guiné-Bissau e Carlos Brandão, cujo teor está a ser investigado pelo Ministério Público luso.
Terá sido, neste âmbito que o Ministro das Finanças guineense, Ilídio Vieira Té, manteve um encontro com as instâncias judiciais portuguesas.
Uma fonte ligada ao Ministério das Finanças guineense confirmou ausência do país a 13 de Janeiro do titular da pasta, mas não precisou onde se encontrava o ministro.
Sobre o Caso do Novo Banco, que agora aponta para a cumplicidade de funcionários guineenses, o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, qualificou de “palhaçada” a informação que implica a Guiné-Bissau no esquema de branqueamento capitais, proveniente de fundos públicos das finanças guineenses.