O governo da Guiné-Equatorial “condenou e repudiou” o que qualifica de conduta inadequada por parte das autoridades do Brasil depois de ter confiscado num aeroporto do país 1,5 milhões de dólares em dinheiro e relógios no valor de 15 milhões de dólares do vice-presidente do país africano Teodorin Nguema Obiang.
“O ministro dos assuntos externos da Guiné-Equatorial, Simeón Oyono Esono Angue, convocou o embaixador do Brasil em Malabo, Evalde Freire, para expressar a sua condenação e repúdio do que foi objecto no Brasil o vice-presidente Teodorin Obiang pelo confisco dos seus pertences pessoais no aeroporto”, declarou à imprensa local o ministro dos assuntos externos.
Malabo também descreveu esta situação como “comportamento ilegítimo e antipático”. Por isso, Malabo “exigiu” que os pertences pessoais do vice-presidente sejam devolvidos imediatamente.
“O que se passa é que o vice-presidente está numa viagem privada ao Brasil, e nesse caso, no Brasil todos os viajantes internacionais estão sujeitos aos padrões nacionais de tratamento aeroportuário, onde a Alfândega e a polícia fazem o seu trabalho”, declarou na televisão estatal o embaixador brasileiro na Guiné-Equatorial.
Da sua parte, os dois partidos políticos da oposição equato-guineense pediram à comissão de fiscalização anti-corrupção que abra uma investigação e que empreenda as acções legais necessárias contra o vice-presidente.
“A Convergencia para la Democracia Social (CPDS) e Unión de centro derecha (UCD) exigem a abertura com carácter de urgência de uma investigação para esclarecer os acontecimentos no Brasil e empreender as acções legais necessárias”, indicam os partidos em comunicado.
Ambos os partidos exigiram também a “dissolução imediata do Governo e a formação de um Governo de Unidade nacional”, refere o comunicado.