Os esforços para combater a indústria de raptos em Moçambique ainda estão longe de ser concluídos. No entanto, as autoridades afirmam manter-se firmes na sua missão de pôr fim a um dos crimes mais mediáticos dos últimos anos.
Nesta terça-feira (29), durante a apresentação do informe sobre a situação da legalidade no país, na Assembleia da República, o procurador-geral Américo Letela informou que, em 2024, foram realizadas acções concretas no combate a este tipo de criminalidade.
Letela destacou a apreensão de seis armas de fogo, o desmantelamento de três cativeiros, a detenção de 32 suspeitos de envolvimento em raptos e o resgate de 13 vítimas.
O procurador-geral da República ainda considera o rapto um crime sofisticado, o que tem dificultado o desmantelamento completo da rede criminosa, que envolve tanto mandantes como executores.
Segundo ele, a atuação coordenada dos órgãos de justiça, como investigadores, agentes da PRM, inspetores e peritos do Serviço Nacional de Investigação Criminal contribuiu para a redução do número de processos, que passou de 60, em 2023, para 32 em 2024.
Como solução, enquanto os órgãos de administração da justiça continuam a intensificar o combate ao crime, o alto magistrado do Ministério Público apelou a uma maior colaboração da sociedade e à denúncia imediata dos criminosos.
Devido ao fenómeno do rapto, vários empresários abandonaram o país. Os de origem asiática, principais alvos desse tipo de crime, têm cobrado uma atuação mais efetiva por parte das autoridades.