Ex-guerrilheiros da Renamo expulsaram a direção do partido em Tete, onde houve confusão e pancadaria entre membros e simpatizantes da formação política na oposição em Moçambique.
De acordo com “O País”, o clima tenso instalou-se quando antigos guerrilheiros da Renamo, munidos de paus e outros instrumentos, decidiram encerrar as portas e expulsar os membros da atual direção da organização política por alegados maus tratos e enganos no processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) dos referidos ex-guerrilheiros do partido.
“Nós somos militares, não há população. Todos que estão aqui são militares. O presidente Ossufo [da Renamo] está a maltratar-nos. Não recebemos o nosso dinheiro e estão a colocar população como delegados provinciais (…) Tem que sair, o delegado da província e o da cidade [de Tete], não queremos mais, estão a estragar partido”, afirmou um dos ex-guerrilheiros da Renamo.
Os queixosos exigiram ainda o afastamento imediato de Ossufo Momade do cargo de líder da formação política, por estar a aniquilar os ideais da mesma. Caso isso não aconteça, ameaçam dirigir à revelia todas as delegações políticas.
Na sequência da confusão, quatro membros do grupo ficaram gravemente feridos. A polícia foi acionada para assegurar que parte dos membros da direção, que estavam trancados no interior do edifício onde funciona a delegação política da cidade de Tete, não fossem espancados. No entanto, a presença dos agentes não intimidou os militantes.
Devido às ameaças dos ex-guerrilheiros, o delegado político de Tete, Evaristo Sixpense, e o seu corpo de direção viram-se obrigados a renunciar aos cargos que exercem no partido para salvaguardarem a integridade física, bem como a dos seus familiares.