As instalações dos Médicos Sem Fronteiras no distrito de Mogovolas, na província de Nampula, foram atacadas na passada sexta-feira, 28 de novembro, o que resultou no ferimento de um guarda, na queima de uma viatura e motorizada, além do roubo de vários bens.
O acto, que paralisou as atividades dessa organização não governamental e parceira do governo no setor de saúde e cuidados primários, foi protagonizado por populares locais que alegam que os funcionários são responsáveis pela propagação da cólera na região.
Até ao momento, dados divulgados pelas autoridades no último sábado revelaram que pelo menos sete pessoas morreram de cólera em Mogovolas.
A Polícia da República de Moçambique (PRM) em Nampula confirmou, esta segunda-feira, o ataque às instalações dos Médicos Sem Fronteiras, mas adiantou ainda não conhecer os autores.
Segundo a porta-voz da PRM em Nampula, Rosa Nilsa Chaúque, a corporação está a trabalhar para responsabilizar os autores “um grupo de indivíduos desconhecidos invadiu as residências dos Médicos Sem Fronteiras, munidos de bombas caseiras e instrumentos contundentes. Amarraram o guarda, incendiaram uma viatura e uma motorizada, e subtraíram um telemóvel, alegadamente por estes estarem a distribuir medicamento para a cólera naquele distrito. Neste momento, diligências estão a ser realizadas para neutralizar os autores”, afirmou.
Mogovolas foi também uma região onde ocorreram outros episódios de violência durante a manifestação, incluindo confrontos com as autoridades, como agentes da PRM.