Archer Mangueira, ministro das Finanças angolano disse ontem, em Luanda, no âmbito da visita do primeiro-ministro português, António Costa, que a dívida certificada às empresas portuguesas ronda os 90 milhões de euros em “atraso”, num total de cerca de 300 milhões de euros por certificar.
Nesse sentido, António Costa elogiou a “transparência” do executivo liderado por João Lourenço, sublinhando que Angola deu como prazo o mês de novembro do corrente para o apuramento do volume global a “regularizar”.
O primeiro-ministro português acrescentou que: “Ao longo destes 10 anos, houve também uma queda muito significativa do preço do petróleo, obviamente que afectou a economia angolana. Agora, aquilo que é para mim muito claro, é que há ‘sistema de vasos comunicantes’ entre nós e que a melhor forma é, cada vez que há um problema económico num país, haver solidariedade entre todos”.
O ministro das Finanças angolano destacou que, após a análise feita às “regularizações atrasadas” às empresas portuguesas, “o maior volume não fazia parte do Sistema Integrado de Gestão do Estado”.
Archer Mangueira referiu que, no que diz respeito aos cerca de 300 milhões de euros, este valor foi contraído “fora das regras dos Orçamentos de Estado”, tendo por isso de obedecer a um processo de “certificação”.
Em simultâneo, as empresas portuguesas indicam que a divida não certificada por parte de Angola rondará “no mínimo” os 400 a 500 milhões de euros, com enfoque na área da construção civil e obras públicas.
Refira-se que o primeiro-ministro português, ontem, num encontro com cerca de 200 empresários portugueses, em Luanda, anunciou o aumento da linha de crédito de apoio às exportações portuguesas de 1.000 milhões para 1.500 milhões de euros.
Costa disse: “Esta linha de crédito inovada e ampliada é, julgo eu, um sinal muito importante de vontade dos dois países continuarem a estreitar as suas relações económicas”, mencionando a cooperação nas áreas da saúde, educação, defesa, cooperação técnica e policial.