A crescente interligação entre a cibersegurança e os resultados comerciais está a tornar esta área numa prioridade inegociável para organizações em todo o mundo.
De acordo com a mais recente edição do Global Future of Cyber Survey 2024, da Deloitte, 86% das empresas globais já estão a implementar ações concretas para reforçar a sua segurança digital — tendência também evidente em Portugal e Espanha.
Na Península Ibérica, 88% das 51 empresas inquiridas declararam já ter em curso planos de ação para garantir controlos básicos de cibersegurança. Além disso, 78% estão a preparar estratégias de longo prazo para enfrentar os desafios futuros neste domínio.
A formação e sensibilização interna são igualmente valorizadas, com 88% a promoverem ações junto dos colaboradores, enquanto 82% investem na identificação e mitigação de vulnerabilidades.
O estudo indica que organizações com maior maturidade cibernética têm uma probabilidade 27 pontos percentuais superior de atingir os seus objetivos comerciais.
Os principais benefícios associados às medidas de cibersegurança incluem proteção da propriedade intelectual, melhor deteção de ameaças e aumento da eficiência operacional.
Contudo, os riscos permanecem elevados.
A perda de confiança na integridade tecnológica foi destacada como a maior preocupação em 2024, e 42% dos inquiridos apontaram cibercriminosos e terroristas como as ameaças mais relevantes.
Em Portugal e Espanha, mais de metade das empresas reportaram entre seis e dez violações de cibersegurança no último ano.
Para enfrentar este cenário, 57% planeiam aumentar os seus orçamentos nesta área nos próximos dois anos, e 58% preveem integrar os custos da cibersegurança nos orçamentos de programas estratégicos.
O papel do Chief Information Security Officer (CISO) ganha igualmente relevância: um terço das empresas afirmou que o envolvimento deste perfil executivo em decisões estratégicas aumentou.
Apesar disso, a confiança nas lideranças ainda não é robusta — apenas 34% dos profissionais de cibersegurança confiam plenamente na capacidade das suas lideranças para lidar com estas questões.



