O Primeiro-Ministro Luís Montenegro afirmou que o país “tem de acreditar” na reforma do Estado, destacando a necessidade de simplificar procedimentos administrativos e eliminar obstáculos burocráticos que travam a decisão pública. “Vamos começar a simplificar procedimentos e a eliminar fases que hoje constituem empecilhos”, afirmou, garantindo que a reforma não implicará perda de fiscalização, mas sim mais rigor, transparência e responsabilização.
Durante a conferência “Economia Sem Fronteiras”, em Lisboa, Montenegro sublinhou que o atual excesso de pareceres e pronúncias na administração pública bloqueia o crescimento económico, limitando também a capacidade do Estado de pagar melhores salários e atrair talento. “A administração pública é um elemento-chave da competitividade económica”, reforçou.
O chefe do Governo anunciou ainda que, nas próximas semanas, serão apresentados sinais claros de incentivo ao investimento na área da Defesa, não apenas como despesa, mas como motor de negócio, desenvolvimento tecnológico e fixação de capital humano. Montenegro apelou ao aproveitamento das oportunidades do sector e defendeu uma maior colaboração europeia, criticando a incoerência de exigir reconversões industriais nacionais sem garantir compras internas.
Apontando exemplos como a indústria aeronáutica e têxtil portuguesa, o Primeiro-Ministro destacou a capacidade nacional de produzir componentes de uso dual – civil e militar – e sublinhou que os Estados devem assumir a responsabilidade de adquirir material produzido internamente para fortalecer a sua própria indústria.