Um padre católico foi raptado e assassinado na Diocese de Kafanchan, na Nigéria. Para além do Padre Sylvester Okechukwu, que foi assassinado, dois continuam desaparecidos, enquanto outros quatro foram libertados. No dia 2 de Março, ocorreu outro rapto, de um padre e seminarista, na Diocese de Auchi.
O Padre Sylvester Okechukwu foi levado da sua residência na noite de 4 de Março, de acordo com um comunicado divulgado pela diocese de Kafanchan. Foi encontrado morto na madrugada de ontem, 5 de Março, de acordo com o mesmo documento. Não foi dada qualquer razão para o seu assassinato às mãos dos seus raptores.
“A perda prematura e brutal deixou-nos devastados e de coração partido. O Padre Sylvester era um dedicado servo de Deus, que trabalhava desinteressadamente na vinha do Senhor, espalhando a mensagem de paz, amor e esperança. Estava sempre disponível e acessível aos seus paroquianos. A sua morte prematura deixou um vazio indelével na nossa família diocesana, e partilhamos a dor da sua morte com a sua família, amigos e todos aqueles que o conheciam e amavam”, lê-se no comunicado enviado pela diocese à Fundação AIS.
O assassinato do Padre Sylvester ocorre numa altura em que outros dois sacerdotes nigerianos continuam desaparecidos, depois de terem sido raptados a 22 de Fevereiro na diocese de Yola. Só este ano, cinco padres e duas religiosas foram raptados na Nigéria. Para além do Padre Sylvester, entretanto morto, e dos padres Matthew David Dutsemi e Abraham Saummam, ainda desaparecidos, os restantes quatro foram libertados com vida. Mas, entretanto, ocorreu também o rapto de um sacerdote e de um seminarista em Iviukwa, na Diocese de Auchi, estado de Edo, no sul da Nigéria.
Segundo a agência Fides, o “sequestro dramático” do Padre Philip Ekweli e do seminarista Peter Andrew ocorreu quando “homens armados atacaram” o edifício da Igreja Católica de São Pedro, na noite de domingo, 2 de Março. No ataque, houve uma troca de tiros com a equipa de segurança da Igreja e um dos sequestradores foi morto. O edifício da reitoria e da própria Igreja ficaram com marcas do tiroteio, nomeadamente com a destruição de portas e janelas. No entanto, apesar da pronta resposta da equipa de segurança, “o padre e o seminarista foram capturados e arrastados para as montanhas”, relata ainda a agência de notícias.
Em 2024, foram raptados na Nigéria 13 padres, todos eles acabariam por ser libertados, sendo que um outro foi assassinado, num total de 14 incidentes. A insegurança é grande na Nigéria, com os cristãos a queixarem-se de discriminação e perseguição em muitas partes do país, especialmente no Norte. Para além da tensão inter-religiosa, os bandos de criminosos começaram a raptar cidadãos que são depois mantidos em troca de um resgate.
A Fundação AIS junta-se às autoridades católicas da Nigéria no seu apelo às orações pelo Padre Sylvester, e também no seu apelo ao governo para que aumente a segurança e ponha fim ao clima de medo que reina em muitas partes do país.
Filipe D’Avillez e Paulo Aido – Fundação AIS
