O ex-Presidente da República do Senegal (2000-2012), Abdoulaye Wade, pediu uma investigação internacional ao seu património.
“Os Chefes de Estado africanos são frequentemente suspeitos de usar o dinheiro do seu país para comprar edifícios em França, nos Estados Unidos, e até na China. Agora, eu decidi lavar a minha honra “, disse, antes de declarar por sua honra que não tem “no estrangeiro qualquer propriedade que possa ser descrita como mal adquirida, bem imobiliário, conta bancária ou valores imobiliários”.
Wade garante que não enriqueceu e não enriqueceu a sua família enquanto esteve no poder. O ex-presidente assegura que possui apenas um apartamento de 41 m2 em Paris. Das 3 contas bancárias que tinha, Wade afirma ter encerrado duas por falta de documentação. A única que resta nos EAU tem apenas 4.600 euros (cerca de 3 milhões de francos CFA).
De acordo com o jornal Les Échos, que relata a informação, o ex-chefe de Estado pede uma investigação internacional “para defender a Honra do meu nome e dos meus antepassados soberanos em três das minhas linhagens de ascendência paterna e materna; de modo a que a minha esposa e meus filhos não sejam vítimas do preconceito generalizado na Europa de que um africano, assim que esteja vestido adequadamente, ou pior, desça de um carro decente e entre num café bem conhecido, é visto como alguém que vem para a Europa para gastar insolentemente, dinheiro que foi roubado aos seus compatriotas “.
Ainda na declaração, Wade apela “solenemente aos países amigos do Senegal, especialmente àqueles que lhe prestam assistência para o seu desenvolvimento, que realizem investigações, cada uma em seu território, e em outros lugares, separada ou conjuntamente, para descobrir que não possuo edifícios, nem conta bancária avultada, nem valores mobiliários e que esse relatório detalhado seja tornado público pelos seus investigadores”, convida o ex-Presidente da República.