O ex-presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, que tinha declarado que não votaria no seu antigo partido nas eleições de julho, disse na quinta-feira que aceitou o resultado das eleições.
Mugabe declarou na véspera da eleição que esperava que o seu sucessor, Emmerson Mnangagwa, e o partido governante ZANU-PF fossem retirados do poder, sugerindo que votaria no Movimento pela Mudança Democrática (MDC), após os militares e deputados do ZANU-PF terem se voltado e o terem forçado a deixar o cargo, terminando os seus 37 anos no poder em apenas alguns dias.
Mnangagwa venceu a eleição com 50,8% dos votos – apenas o suficiente para evitar uma segunda volta contra Nelson Chamisa, do MDC, que obteve 44,3%. Chamisa contestou o resultado no tribunal e perdeu.
Mas falando na quinta-feira, após o funeral da sua sogra em Harare, Mugabe disse que Mnangagwa era o presidente de direito. “Mnangagwa é o vencedor, não podemos negar”, disse, no que foi seu primeiro comentário público desde a eleição.
Mugabe, de 94 anos, falou devagar e calmamente dizendo aos presentes que “o passado foi-se, agora é hora de unir e dialogar para construir a nossa nação”.
Num discurso que durou cerca de 40 minutos, Mugabe pediu que a oposição “seja permitida a pacificamente” protestar contra o resultado do voto.
O principal tribunal do país recusou o recurso da oposição para que os resultados das eleições fossem anulados por motivos que foram manipulados. Chamisa rejeitou essa decisão e prometeu liderar “protestos pacíficos”.
Mugabe não tinha sido visto em público desde a eleição, tendo estado ausente na cerimónia de investidura de Mnangagwa em 26 de agosto, alegando estar em Singapura para tratamento médico.



