O antigo diretor do FBI James Comey foi formalmente acusado de duas infrações relacionadas com declarações prestadas ao Congresso dos Estados Unidos em setembro de 2020, no âmbito da investigação sobre os laços entre a campanha de Donald Trump em 2016 e a Rússia.
Comey enfrenta acusações de falso testemunho e obstrução, depois de ter negado ter autorizado a divulgação de informação confidencial à imprensa. O processo surge dias após o presidente Trump ter pressionado publicamente a sua procuradora-geral, Pam Bondi, a avançar judicialmente contra Comey e outros críticos da administração.
A acusação marca a primeira vez que um ex-alto responsável ligado à investigação da alegada interferência russa nas eleições presidenciais de 2016 enfrenta julgamento.
Trump sempre classificou essa investigação como uma “caça às bruxas”, apesar de relatórios oficiais confirmarem que Moscovo tentou favorecer a sua candidatura.
O caso reforça receios de que o Departamento de Justiça esteja a ser instrumentalizado para perseguir adversários políticos. Ainda assim, a procuradora-geral Bondi defendeu a decisão, afirmando que “ninguém está acima da lei”.
Numa mensagem em vídeo, Comey reagiu dizendo-se inocente: “Tenho confiança no sistema judicial federal. Vamos a julgamento.”
O processo reacende as tensões em torno da interferência russa e da forma como o poder político nos EUA tem pressionado a Justiça para fins partidários.