Os procuradores dos Estados Unidos estão a considerar avançar com várias acusações contra o Wikileaks e o seu fundador Julian Assange por revelarem assuntos sensíveis do governo.
O “The Washington Post” escreveu que possivelmente serão apresentadas queixas por conspiração, furto de propriedade do governo e violação da lei sobre espionagem, acusações que aguardam a aprovação do Departamento de Justiça.
A decisão ocorre depois de o WikiLeaks ter lançado no mês passado quase 8 mil documentos que revelam segredos sobre as ferramentas de ciberespionagem da CIA para invadir computadores, telemóveis e até televisores inteligentes. Tinha publicado anteriormente 250.000 ligações do Departamento de Estado e envergonhou os militares dos EUA com centenas de milhares relatórios sobre o Iraque e Afeganistão.
O diretor da CIA, Mike Pompeo, na semana passada referiu-se ao grupo como sendo um “serviço de informação hostil” e uma ameaça para a segurança nacional dos Estados Unidos. O Procurador-Geral, Jeff Sessions falou aos jornalistas na passada quinta-feira dizendo que a detenção de Assange é uma prioridade, uma vez que o Departamento de Justiça tem realizados esforços para processar pessoas que revelam informação confidencial à imprensa.
A condenação do Wikileaks vai contra declarações feitas por Donald Trump antes de ser eleito, quando deu os parabéns ao grupo por revelar emails comprometedores do director de campanha de Hillary Clinton, John Podesta.
O advogado de Assange, Barry Pollack, contou à “The Associated Press” que as autoridades ainda não o informaram do ponto de situação da investigação.
Assange, australiano, tem vivido nos últimos quatro anos na embaixada equatoriana em Londres, onde conseguiu asilo político depois de pagar a fiança para evitar a extradição para a Suécia, país onde é procurado por violação.
“O Departamento de Justiça não devia tratar a publicação de informação verdadeira como sendo uma razão para uma investigação criminal. A democracia sempre dependeu dos jornalistas para informar o povo sobre o que está ou não a ser feito pelo governo”, defendeu Pollack.