Segundo a agência noticiosa Axios, o governo norte-americano pediu a Israel que reduzisse as operações militares não-urgentes no Líbano para que se criem condições para o processo de desarmamento do Hezbollah e estabelecer uma “zona económica Trump” em partes do sul libanês, junto da fronteira com o estado israelita.
Esta sugestão vem na sequência do impasse corrente no processo do desarmamento do partido xiita por parte do governo Libanês e da rejeição do Secretário-geral do Hezbollah, Naim Qassem, em abdicar da totalidade das suas armas. No início deste mês, o governo libanês instruiu o exército para preparar um plano para garantir o monopólio estatal sobre as armas até ao final do ano, uma iniciativa cuja viabilidade dependerá de concessões por parte de Israel, que continua a ocupar ilegalmente 7 pontos estratégicos no sul do Líbano e a bombardear e matar civis libaneses em regime diário.
A Axios avançou ainda que a Arábia Saudita e o Qatar terão concordado com a criação da zona económica e prometido investir em projetos de reconstrução dentro das áreas designadas após a retirada de Israel. O objetivo principal desta iniciativa é reforçar a estabilidade fronteiriça, dinamizar a economia local e impedir o regresso militar do Hezbollah. De acordo com Washington, a zona económica proposta é um elemento-chave para permitir ao Líbano o controlo das suas regiões a sul e reduzir possíveis conflitos na fronteira com Israel.
Apesar de se mostrar recetivo à proposta norte-americana, o executivo de Benjamin Netanyahu exige que as povoações libanesas no sul, destruídas pelas forças militares Israelitas, permaneçam desabitadas e convertidas numa zona-tampão industrial e económica.
Está prevista, entretanto, uma visita do enviado especial norte-americano Tom Barrack juntamente com a colega Morgan Ortagus a Beirute na próxima semana para mais uma sessão de negociações com o governo Libanês.
João Sousa, a partir do Sul do Líbano para a e-Global
 
								