O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou esta quarta-feira um novo pacote de tarifas alfandegárias, com destaque para o aumento imediato das taxas sobre produtos chineses para 125%.
A decisão, divulgada através da rede social Truth Social, foi justificada com a alegada “falta de respeito” da China pelos mercados mundiais.
Trump afirmou que “os dias de roubo aos EUA já não são aceitáveis” e classificou a China como o “maior abusador da história” em matéria de comércio internacional. Ainda assim, admitiu que Pequim quer chegar a um acordo, embora “não saiba muito bem como fazê-lo”.
Paralelamente, o presidente norte-americano anunciou uma pausa de 90 dias nas tarifas alfandegárias para mais de 75 países que, segundo ele, demonstraram vontade de negociar com Washington sem retaliar. Durante esse período, será aplicada uma tarifa recíproca reduzida de 10% às importações desses países.
A medida surge num contexto de crescente tensão comercial.
A China já respondeu, elevando as suas tarifas de retaliação para 84%, enquanto acusa os EUA de desequilibrarem um comércio que, alega, está em paridade. Pequim prometeu “lutar até ao fim” contra as medidas de Washington.
O impacto económico foi imediato: após um arranque tímido, os mercados norte-americanos dispararam. O S&P 500 subiu 7,5%, o Nasdaq 9,4% e o Dow Jones 6%, impulsionados pelo anúncio da suspensão temporária das tarifas para a maioria dos países — com exceção da China.
Mais tarde, a Casa Branca esclareceu que a tarifa universal de 10% continuará a ser aplicada, enquanto decorrem negociações comerciais. Já o último pacote de tarifas, em vigor desde a meia-noite de quarta-feira, inclui taxas de 104% sobre produtos da China, 20% sobre a União Europeia, 24% sobre o Japão e 25% sobre a Coreia do Sul.
Apesar da firmeza de Trump, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, garantiu que as tarifas são “negociáveis”, embora tenha admitido que as conversações poderão prolongar-se por meses.