IA poderá eliminar quase todos os empregos e deixar pessoas com até 80 horas livres por semana, alerta especialista

inteligência artificial; tecnologia; cérebro

A rápida evolução da Inteligência Artificial (IA) está a levantar novas dúvidas sobre o futuro do emprego. Para Roman Yampolskiy, professor de ciência da computação e especialista em segurança da IA, nenhum trabalhador pode considerar-se a salvo.

Em entrevista ao canal The Diary Of A CEO, no YouTube, o académico estimou que o desemprego global poderá atingir 99% num prazo de cinco anos, com a automação a substituir praticamente todas as funções, inclusive aquelas tradicionalmente vistas como “humanas”, como professores ou motoristas.

“Antes dizíamos às pessoas para se reinventarem: se uma função fosse automatizada, poderiam passar para outra. Mas se todos os empregos forem ocupados pela IA, não há plano B. Não é possível reciclar-se”, afirmou Yampolskiy.

A visão do especialista soma-se a alertas anteriores de Geoffrey Hinton, conhecido como “padrinho da IA”, que já tinha reconhecido que apenas o setor da saúde poderia resistir ao impacto total da tecnologia.

Na opinião de Yampolskiy, a IA não só está a substituir funções existentes, como também as novas profissões criadas em torno dela — por exemplo, engenheiros de prompts — são rapidamente absorvidas pela própria tecnologia. O resultado seria um efeito dominó infinito de desemprego.

O académico prevê que, nos próximos anos, tanto o trabalho manual como o intelectual acabem nas mãos de robôs humanoides e agentes de IA, levando a uma transformação radical da economia e da organização social.

Yampolskiy questiona o que as pessoas farão com “60 a 80 horas extra por semana” quando deixarem de trabalhar. A resposta financeira permanece incerta, mas alguns líderes tecnológicos, como Elon Musk, têm defendido a criação de um rendimento universal.

Para Musk, essa nova era não trará escassez, mas sim abundância: “Não haverá falta de bens e serviços. Será uma era de abundância”, afirmou em 2023.

Enquanto isso, outros especialistas defendem que a chave estará em repensar não só a economia, mas também a forma como os indivíduos encontram significado e propósito num mundo em que o trabalho humano pode tornar-se obsoleto.

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