A China traçou um plano ambicioso para se tornar líder mundial nas interfaces cérebro-computador (BCI), mirando diretamente empresas como a Neuralink, de Elon Musk. Uma diretiva conjunta de sete ministérios estabelece metas para 2027, incluindo avanços tecnológicos e uma infraestrutura industrial sólida, com o objetivo de, até 2030, criar duas ou três gigantes capazes de competir com os líderes globais do setor.
O anúncio teve reação imediata nos mercados financeiros.
Em Hong Kong, as ações da Nanjing Panda Electronics subiram mais de 19% e as da MicroPort NeuroScientific cresceram 8%. Em Xangai, a Xiangyu Medical valorizou mais de 11% e a Jiangsu Apon Medical Technology aumentou 8,5%, sinalizando a confiança dos investidores no potencial desta aposta estatal.
Universidades e empresas chinesas já aceleram a investigação e o desenvolvimento de BCI.
Em junho, a Universidade de Nankai realizou a primeira experiência de implante cerebral intervencionista em humanos no país, ajudando um paciente hemiplégico a recuperar mobilidade.
Em fevereiro, a startup StairMed angariou 350 milhões de yuans (cerca de 42 milhões de euros), na maior ronda de financiamento de sempre para uma empresa chinesa do setor, aproximando-se das cifras levantadas pela própria Neuralink.