O Japão prepara a criação de uma rede criptográfica quântica com mais de 600 quilómetros, numa tentativa de recuperar espaço perdido na liderança tecnológica mundial. O projeto, que ligará Tóquio, Nagoya, Osaka e Kobe, deverá iniciar testes operacionais em 2027 e é coordenado pelo Instituto Nacional de Tecnologias da Informação e Comunicações, com participação da Toshiba, da NEC e de operadores de telecomunicações.
A rede usará fotões para distribuir chaves quânticas de encriptação, capazes de revelar qualquer tentativa de interceção.
A aposta surge num momento em que se antecipa a chegada de computadores quânticos capazes de quebrar a criptografia atual, o que levou países como os EUA e a China a acelerar a transição para sistemas pós-quânticos.
Embora não lidere a corrida — a China já opera uma rede de 10 mil quilómetros e a União Europeia desenvolve a sua — Tóquio pretende transformar esta infraestrutura num pilar de soberania digital e num instrumento estratégico para reforçar a sua posição internacional.