A segurança do arsenal nuclear do Paquistão tem sido alvo de intensos debates e preocupações internacionais, especialmente diante da crescente instabilidade política, conflitos com a Índia e da presença de grupos militantes no país.
Um dos principais riscos apontados por analistas é a infiltração de elementos extremistas no seio das forças armadas ou nos serviços de inteligência, como resultado de décadas de “islamização” das instituições militares. Casos como o dos dois cientistas paquistaneses que se reuniram com Osama bin Laden antes dos atentados de 11 de setembro reforçam os receios de possíveis colaborações internas com grupos terroristas.
Outro ponto de alerta é o risco de ataques externos às instalações nucleares por parte de grupos armados. Embora o Paquistão tenha frustrado tentativas anteriores, a proximidade de instalações sensíveis a zonas instáveis e a escassez de informações públicas sobre os protocolos de transporte e armazenamento de materiais nucleares aumentam a vulnerabilidade. O país implementa medidas como a separação física de componentes nucleares e o uso de sistemas de segurança como o Permissive Action Link (PAL), mas especialistas afirmam que essas proteções ainda estão aquém dos padrões adotados por potências nucleares mais consolidadas.
Enquanto alguns analistas reconhecem os esforços do Paquistão para reforçar a segurança do seu arsenal, outros permanecem céticos quanto à sua eficácia real diante das ameaças internas e externas.
A combinação de instabilidade política, presença de grupos radicais e o histórico de conflitos regionais torna o contexto particularmente delicado.