A União Europeia pretende tornar-se autónoma em matéria de defesa até 2030, mas enfrenta entraves significativos, sobretudo para as pequenas e médias empresas (PME) do setor, que continuam a ter dificuldades no acesso a financiamento.
De acordo com representantes da indústria, essas restrições decorrem das normas ESG — ambientais, sociais e de governação — que classificam o setor da defesa como “não sustentável”.
Várias empresas do setor afirmaram que muitos bancos e prestadores de serviços recusam colaborar com fornecedores ligados à defesa, o que prejudica principalmente os pequenos negócios que não têm acesso direto a canais governamentais.
Especialistas referem que, apesar de as perceções estarem a mudar nos últimos dois anos, graças ao aumento do investimento público em defesa, os investidores continuam reticentes devido às exigências regulamentares e à perceção de risco, e que, não havendo segurança, não será possível garantir a sustentabilidade em outras áreas.
Dados recentes mostram que o investimento privado no setor da defesa na UE é muito inferior ao dos EUA. Entre 2022 e 2023, investidores norte-americanos aplicaram 2,2 mil milhões de euros em projetos de defesa, enquanto na UE esse valor foi de apenas 32,7 milhões.
A Comissão Europeia afirmou que está a trabalhar para clarificar o regulamento SFDR e promover um diálogo estratégico com o setor.
A nível legislativo, está também previsto um pacote de medidas para simplificar processos, promover inovação e garantir que as empresas de menor dimensão tenham acesso a financiamento adequado.



