O presidente francês, Emmanuel Macron, pretende aumentar o investimento em defesa de 2% para 3,5% do PIB, o que exigiria mais 30 mil milhões de euros anuais. No entanto, enfrenta um défice elevado e a necessidade de cortar 30 mil milhões de euros na despesa pública e aumentar impostos em 20 mil milhões para equilibrar as contas.
O plano insere-se no esforço para fortalecer a segurança europeia, impulsionado pelo novo fundo de defesa da Comissão Europeia, face à crescente incerteza sobre o compromisso dos EUA com a NATO e a Ucrânia.
A proposta gera divisões no parlamento.
Marine Le Pen rejeita uma estratégia de defesa europeia unificada e opõe-se ao envio de tropas para a Ucrânia, defendendo que França deve priorizar os seus interesses nacionais.
Já socialistas e verdes apoiam o reforço militar, mas opõem-se a medidas que penalizem os cidadãos, sugerindo, em alternativa, a taxação de grandes empresas e o combate aos paraísos fiscais na UE.
A esquerda radical (LFI) questiona a dependência da Europa dos EUA e propõe um imposto sobre multimilionários, que poderia gerar 25 mil milhões de euros para financiar o setor.
Um relatório recente revelou que 64% das importações de armamento da Europa vêm dos EUA, reforçando preocupações sobre a soberania militar da União Europeia. Enquanto o governo procura soluções, o desafio será equilibrar segurança e estabilidade orçamental sem comprometer o crescimento económico.