A UNICEF confirmou, esta sexta-feira, que só este ano já morreram mais de 150 crianças na rota do Mediterrâneo Central, que vai desde o Norte de África até Itália. A organização sublinha que este número pode ser maior, pois para o caso das crianças que se deslocam sozinhas, o desaparecimento é dificilmente reportado.
Desde o início do ano, perto de 37.000 refugiados e migrantes chegaram a Itália pelo Mediterrâneo Central, sendo que 13% são crianças e pelo menos 849 pessoas morreram durante o percurso. Estes números representam um aumento de 42% relativamente ao mesmo período do ano passado, garante a UNICEF.
Só em janeiro e fevereiro deste ano, 1.875 crianças chegaram sozinhas a Itália, um aumento de 40% relativamente a 2016.
O Diretor Regional e Coordenador Especial para os Refugiados e Migrantes da UNICEF, Afshan Khan, sublinha que “é muito preocupante que pessoas tão vulneráveis, incluindo milhares de crianças, arrisquem as suas vidas para chegar à costa da Europa, utilizando esta rota incrivelmente perigosa”.
Durante o fim de semana da Páscoa, mais de 8.300 pessoas foram resgatadas no mar entre a Líbia e Itália. A rota do Mediterrâneo Central é considerada das mais perigosas, com uma taxa de mortalidade de 3%.