A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, enfrenta esta semana duas moções de censura seguidas, apresentadas pelos grupos Patriotas pela Europa (PfE) e A Esquerda. O debate decorrerá esta segunda-feira no Parlamento Europeu, e as votações estão marcadas para quinta-feira.
Embora seja improvável que as moções sejam aprovadas, o episódio evidencia o aumento da contestação política à liderança de von der Leyen, num momento em que a Comissão enfrenta divisões internas e críticas sobre a sua gestão.
Os dois textos partilham críticas ao acordo comercial entre a União Europeia e os Estados Unidos, que inclui promessas de 750 mil milhões de euros em energia norte-americana e 600 mil milhões de euros em investimentos no mercado dos EUA.
O pacto é considerado, por parte dos eurodeputados, um negócio desfavorável para a Europa e uma “humilhação” para o bloco, segundo uma sondagem recente.
Von der Leyen reconheceu que o acordo “não é perfeito”, mas afirmou que garante “estabilidade” nas relações transatlânticas num contexto de tensão comercial com Washington.
Apesar disso, a líder europeia deve sobreviver politicamente, com o apoio esperado dos grupos centristas — PPE, S&D e Renew Europe —, que pretendem evitar a banalização das moções de censura e preservar a estabilidade institucional da União Europeia.