Israel bombardeia e mata civis no Líbano como resposta ao disparo de seis foguetes

(C) João Sousa

A calma da manhã deste sábado foi abruptamente interrompida com os sons e fortes impactos de várias explosões no sul do Líbano. Testemunhos provenientes de civis libaneses confirmaram que as forças israelitas tinham bombardeado a aldeia de Touline, no distrito de Marjayoun, no sul do Líbano.

Correm notícias de alguns feridos graves e pelo menos dois mortos encontrados entre os escombros na sequência deste bombardeamento inicial. As autoridades Israelitas admitiram a autoria dos ataques, como resposta ao disparo de seis foguetes provenientes do Sul do Líbano em direção a Israel no início da manhã.

As forças Israelitas conseguiram interceptar três dos foguetes tendo outros três atingido a aldeia de Metula, sem causar danos. O Hezbollah prontamente negou qualquer envolvimento no ataque, confirmado pela FINUL (Força Interina das Nações Unidas no Líbano), que entretanto acrescentou que não registou qualquer atividade militar por parte do grupo xiita desde Novembro do ano passado.

Entretanto, o Exército Libanês conseguiu identificar o local donde foram lançados os foguetes e concluiu que as infraestruturas para os lançamentos eram bastante rudimentares.

Apesar do baixo impacto e ausência de danos após o disparo dos foguetes, Israel anunciou publicamente que iria passar o dia de sábado a bombardear o Líbano. Ao todo, seis aldeias foram atacadas e mais de 18 locais foram bombardeados pelas forças militares Israelitas durante duas vagas de ataques. A segunda vaga, à noite, após o jejum do Ramadão, incluiu a cidade histórica de Tiro, onde foram registadas vítimas mortais. Ainda antes do fim da noite, e apesar de dar por concluídas as duas vagas de bombardeamentos, Israel decidiu ainda fazer um último ataque aéreo que destruiu um estabelecimento comercial em Aita al-Shaab, mas sem causar feridos.

Esta escalada de violência por parte de Israel contra o Líbano, que causou um total de 8 mortos e mais de 40 feridos em bombardeamentos no sul Libanês e Vale do Bekaa, foi condenada pelo Primeiro-Ministro Nawaf Salam, que salientou o receio do seu país correr o risco de uma nova guerra devastadora. A FINUL reforçou o número de operações de patrulhamento nas áreas ao longo da fronteira entre o Líbano e Israel para impedir que incidentes semelhantes ao do disparo de foguetes possam suceder no futuro.

Há neste momento um clima de incerteza e medo entre a população Libanesa, especialmente cidadãos xiitas, pela ausência de segurança preventiva e o risco de voltarem a passar pelos níveis de destruição que Israel causou no ano passado.

João Sousa, a partir do Líbano para a e-Global

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