O executivo de Benjamin Netanyahu anunciou este domingo que Israel decidiu o próximo grande alvo militar dentro do Líbano, na sequência da tragédia ocorrida na cidade de Majdal Shams, nos Montes Golã.
O incidente aconteceu quando um míssil atingiu um campo de futebol, matando 12 crianças e ferindo gravemente mais de 20 civis. De acordo com Israel, o míssil foi disparado pelo Hezbollah (embora oficiais da ONU insistam que será necessário efectuar uma investigação para apurar as verdadeiras causas do incidente devastador antes de atribuir responsabilidades ao grupo xiita).
Os funerais dos jovens mortos em Majdal Shams, cidade Drusa situada nos Montes Golã, região anexada ilegalmente por Israel desde 1981, tiveram lugar no domingo e foram marcados por insultos por parte da população local contra oficiais Israelitas, incluindo o Ministro das Finanças Bezalel Smotrich, quando estes visitaram os familiares das vítimas. Apesar da maioria dos Drusos nesta região ter decidido manter a sua nacionalidade Síria e apenas cerca de 20% da respectiva população ter adoptado a cidadania israelita, as relações entre os locais e Israel têm sido geralmente civilizadas.
Porém, a tragédia de Majdal Shams alterou tudo e constitui agora um novo capítulo na guerra entre Israel e o Hezbollah, podendo ser o mote para uma escalada de violência militar sem precedentes. Netanyahu garantiu que o Líbano será atacado em breve numa operação de grande impacto mas sem vítimas civis em vista, no entanto sem especificar a localização geográfica do alvo. Por seu lado, o Hezbollah avisou que qualquer ataque dentro de Beirute será respondido adequadamente com retaliações militares em Tel Aviv e Jerusalém, sugerindo uma fase substancialmente mais intensa e perigosa numa guerra que se tem prolongado e intensificado desde há quase 10 meses.
Entretanto, o governo Norte-Americano, agora liderado pela Vice-Presidente Kamala Harris, apesar do seu apoio incondicional a Israel, tem tentado encontrar soluções para um possível processo de cessar-fogo e reduzir as tensões na região, nomeadamente através do seu enviado diplomático Amos Hochstein. Contudo, tanto Hoschtein como o Secretário de Estado Norte-Americano Antony Blinken têm sido incapazes de garantir uma solução para o conflito durante as suas tentativas mediadoras entre Tel Aviv e Beirute.
Enquanto as tensões aumentam na área do Levante, o Presidente Turco, Recep Tayyip Erdoğan, fez um discurso inflamado contra o governo de Netanyahu, avisando que a Turquia poderá invadir Israel para auxiliar os Palestinianos na guerra em Gaza. O executivo Israelita respondeu às ameaças de Erdoğan através do Ministro dos Negócios Estrangeiros, Israel Katz, que comparou o Presidente Turco a Saddam Hussein, sugerindo que Erdoğan seguirá os mesmos passos fatídicos do líder Iraquiano caso queira entrar em guerra contra Israel.
João Sousa, e-Global