Na manhã de sexta-feira passada, um grupo de cerca de duas centenas de Israelitas Ultra-ortodoxos entraram ilegalmente no sul do Líbano sob a escolta das forças militares de Israel para efetuar uma visita religiosa.
O destino foi o local onde supostamente se encontra o túmulo do rabino Judeu Babilónico Rav Ashi, falecido no ano 427 DC, perto de Houla, no Distrito Libanês de Marjayoun. Esta incursão coletiva, que tinha sido anunciada dias antes pela imprensa Israelita, representou uma violação da Resolução 1701, fato realçado por oficiais da FINUL, Força Interina das Nações Unidas no Líbano, cuja área militarizada divide o local do túmulo entre os lados Israelita e Libanês.
As imagens da peregrinação e respetiva sessão religiosa em volta do túmulo por parte dos crentes Israelitas correram as redes sociais e provocaram reações de ultraje entre milhares de Libaneses, que interpretaram o incidente como uma provocação do Estado de Israel, especialmente numa altura em que muitos cidadãos ainda não conseguem voltar às suas casas, sob a o risco de serem atacados pelos militares Israelitas posicionados nas zonas fronteiriças.
Israel defendeu a legitimidade da incursão ilegal dos peregrinos, indicando que a visita tinha recebido autorização excecional pelo governo Israelita, dada a sua importância religiosa.
Já em Fevereiro deste ano, alguns Israelitas Ultra-ortodoxos tinham tentado entrar no Líbano para visitar o túmulo de Ashi, mas sem sucesso devido a intervenções e detenções por parte de soldados Israelitas.
Apesar da contestação pública de grande parte do povo Libanês, o governo liderado por Joseph Aoun não se pronunciou sobre o incidente.
João Sousa, a partir do Líbano para a e-Global