Na noite de quinta-feira, membros do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal telefonaram aos cidadãos Portugueses residentes no Líbano para confirmar que seriam organizados voos de repatriação para fora de território Libanês através de aviões militares. Esta operação vem na sequência da reunião de emergência ocorrida no início da semana em Beirute e que contou com a presença da comitiva diplomática da Embaixada de Portugal no Chipre, membros do MNE e do Exército Português.
Nessa reunião, foram discutidas opções de locais de repatriação e procedimentos a ter em conta, como pontos de encontro e o peso de bagagem permitido. Os oficiais responsáveis estiveram também a recolher os contactos dos seus cidadãos e ao longo da semana fizeram telefonemas para confirmar que as pessoas em questão estariam disponíveis para embarcar em voos de emergência com antecedências de 24 e 48 horas.
Dada a escalada de violência entre Israel e o Hezbollah e a rejeição de um cessar-fogo de 21 dias (proposto pela França e os EUA durante o mais recente Conselho de Segurança da ONU) por parte de Benjamin Netanyahu, as autoridades Portuguesas decidiram que esta será a altura mais adequada para assistir os seus cidadãos a sair do Líbano. Para já, não há detalhes precisos sobre o itinerário dos voos militares de emergência, mas possivelmente terão escala no Chipre e a partir daí, os Portugueses evacuados serão colocados em aviões comerciais para voarem até Portugal.
Esta tem sido a semana mais sangrenta no Líbano desde o início da guerra com Israel, e o número de mortos chegou já aos 700. Há também quase 2 mil feridos e meio milhão de civis deslocados das suas
residências. De momento, o clima vivido no Líbano é de extrema tensão, medo e terror, e a rejeição de um cessar-fogo por parte de Israel e as ameaças crescentes de uma invasão terrestre indicam que a
guerra poderá adquiriram contornos ainda mais catastróficos.
João Sousa, a partir de Beirute