A UNICEF alertou que a suspensão das entregas de ajuda humanitária à Faixa de Gaza terá consequências devastadoras para crianças e famílias, agravando a crise humanitária.
Durante a primeira fase do cessar-fogo, a UNICEF conseguiu intensificar a assistência humanitária na Faixa de Gaza, entregando bens essenciais a um maior número de crianças e famílias em risco.
Entre 19 de janeiro e 28 de fevereiro, quase 1.000 camiões com água potável, medicamentos, vacinas, alimentos terapêuticos e outros suplementos vitais entraram no território – um aumento de mais de três vezes face às seis semanas anteriores.
Apesar deste reforço, a situação continua extremamente grave.
Na última semana, sete recém-nascidos morreram de hipotermia, devido à falta de abrigo, roupas adequadas e cuidados médicos, ilustrando o impacto devastador da escassez de recursos básicos.
O sistema de saúde está à beira do colapso, com apenas 19 dos 35 hospitais parcialmente operacionais.
A falta de alimentos, medicamentos e abrigo ameaça milhares de vidas.
Desde o início do cessar-fogo, a UNICEF forneceu roupa quente a 150.000 crianças, assistência médica a 25.000 pessoas e acesso diário a água potável para quase 500.000 habitantes.
Além disso, mais de 600.000 crianças foram vacinadas contra a poliomielite, reduzindo o risco de surtos de doenças contagiosas.
Face à crise crescente, a UNICEF apela à comunidade internacional para que garanta o acesso imediato e sem restrições da ajuda humanitária a Gaza.
A organização pede ainda a libertação de todos os reféns e defende um cessar-fogo permanente, essencial para a recuperação do território e a proteção das crianças e das famílias mais vulneráveis.