Projeto português propõe estratégia inovadora para combater a doença da murchidão do pinheiro

Por que razão umas espécies de pinheiro resistem à doença provocada pelo nemátode da madeira do pinheiro (NMP), uma grave ameaça para as florestas de Portugal e do resto do mundo, e outras não? Esta questão foi o ponto de partida para um estudo internacional liderado por investigadores da Universidade de Coimbra (UC).

A doença da murchidão do pinheiro é um problema complexo, com impacto económico devastador nas regiões afetadas, uma vez que, identificada a doença, a única solução é o abate imediato das árvores e a sua destruição.

O projeto PineWALL apresenta uma abordagem inovadora e multidisciplinar, focada na árvore e não apenas no agente que provoca a doença da murchidão do pinheiro. Além disso, o estudo pretende entender em que medida a suscetibilidade ao nemátode da madeira do pinheiro é agravada pelas alterações climáticas.

O projeto PineWALL «foca-se, pela primeira vez, na relevância da composição e estrutura da parede celular de pinheiros de diferentes espécies para a resistência ao nemátode da madeira do pinheiro num cenário de alterações climáticas. », explica Ricardo Costa, coordenador do projeto.

A parede celular vegetal, explica o investigador, é uma estrutura altamente complexa e dinâmica, «e o seu estudo é fundamental para desvendar causas de resistência/suscetibilidade variável ao NMP entre diferentes espécies e variedades de pinheiro. A parede celular é o que dá forma às células e é a base para muitas funções vitais das plantas, tais como fornecer suporte e resistência, nomeadamente através da formação de barreiras defensivas contra agentes patogénicos, desidratação e outros fatores ambientais».

Para descobrir porque é que a doença se desenvolve nuns pinheiros e noutros não, a equipa vai estudar três espécies de pinheiro –  pinheiro-bravo (Pinus pinaster), que é a espécie mais afetada pela doença e economicamente mais importante, e o pinheiro-manso (Pinus pinea) e o pinheiro-de-alepo (Pinus halepensis), duas espécies menos suscetíveis, ou até tolerantes ao ataque do NMP.

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